Saindo pela porta de casa pôde sentir o ar úmido e tão quente que sufocava, vira o céu se virar em nuvens e tempestade, mas mesmo assim caminhou sem saber pra onde ia, apenas sabendo onde queria chegar.
As gotas começavam a cair do céu, pouco a pouco encharcando cabelos e vestido. Andava mais calma do que nunca, porém trazia nos olhos a ânsia do encontro.
Chegou frente ao prédio, era madrugada e o porteiro adormecera, sorte a dela que subiu como um gato, silencioso e ligeiro, os sete andares.
Estava diante a porta quase à desistir, quando num impulso involuntário, bateu à porta. Ele abriu assustado, já era madrugada, e mais espantado ficou ao vê-la lá, desprotegida, entregue, sem seus muros tão fortemente erguidos e nunca ultrapassados, em um vestido de estampa de miúdas flores entregava a pureza nunca apreciada tão intimamente.
Antes que a surpresa passasse e ele a convidasse a entrar, ela se pendurou, como criança assustada, em seu pescoço donde parecia que não soltaria jamais. Envolvendo-a em seus braços carregou-a para dentro, lhe deu colo sem proferir palavra alguma, e foi quando, depois de horas ali, quietos e entrelaçados, os olhos se encontraram, os olhares não se largaram e os lábios se aproximaram.
A partir daí experimentariam o veneno do qual haveriam de depender para sobreviver.
Ele se encontrava onde jamais nenhum homem havia estado, acolhido e protegido entre as pernas dela. Na mistura do suor salgado e os lábios doces mantinham-se mergulhados entre os lençóis e o amor que há muito vinha sendo cultivado e como toda flor bem adubada, agora, desabrochara.
(Mariana Vasconi)
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
tormenta e insegurança
E mais uma vez estou pirando por nada, chorando sozinha, e enlouquecendo no escuro. Tenho a terrível sensação de estar fora do controle, perdendo meu chão, preciso de segurança, não gosto de me arriscar, e agora que estou prestes a conquistar o que eu queria temo não aguentar. Não aguentar não saber como será depois, sou insegura, preciso de pés no chão.
[Mariana Vasconi]
[Mariana Vasconi]
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Amizade x Amor
" Dizem que relacionamentos não estragam amizades. Mas é diferente.. me lembro do meu melhor amigo, nós conversávamos por horas, e sabíamos tudo um do outro, medos, alegrias, tudo mesmo. Eu contei coisas pra ele que ninguém sabia, traumas meus que nem meus pais imaginavam. Até o dia em que, ele começou a confundir as coisas. Lembro-me muito bem, ele me chamou num canto para conversarmos, como sempre, estávamos falando da situação que estava a casa dele, e que ele não aguentava mais viver nesse mar de brigas e tudo mais, e de repente, sem aviso ele soltou a bomba em minha mãos. "Te amo" foi o que ele disse, eu comecei a rir de nervoso, na esperança de ser um brincadeira dele. Eu já não o olhava nos olhos, comecei a tremer - ah um detalhe, ele tinha namorada - sem saber pra onde olhar o que falar, muito menos o que fazer. Enquanto ele ia cuspindo seus sentimentos em minha cara, dizia que largaria a namorada porque ele me amava de verdade como nunca havia acontecido em sua vida. Mas é claro, eu não podia aceitar essa proposta. Sim até confesso que gostava demais dele, porém não sei se tanto a ponto de arriscar a felicidade de outras pessoas, eu sabia que no fim das contas ele iria perceber que eu não era o que ele idealizou, mesmo sendo meu amigo é difícil você mostrar tudo à uma pessoa, por mais que queira ser transparente você só é puramente você quando está sozinho, se fazendo companhia, eu já sabia, ao menos desconfiava que cedo ou tarde ele se arrependeria disso. E pra variar pensei mais nos outros do que em mim. Disse pra ele continuar com a namorada, que eles faziam e continuaria fazendo um ao outro feliz e blá blá blá.
Eu achava que a história estava terminada, que ele havia entendido, entretanto não foi como eu esperava. Ele estava realmente apaixonado por mim e por isso começou a se afastar - e eu que sou uma pessoa complicadíssima, cheia de crises já não tinha mais com quem desabafar - e foi se afastando cada vez mais. Hoje eu não mais sei o que se passa com ele, somos praticamente desconhecidos. Outro dia passei por ele na rua, sério passei por ele na rua, e só, nem na minha cara ele olhou, quem via pensava que eramos duas pessoas quaisquer, que como todos desconhecidos, passam pela mesma rua sem se notar. O problema é que eu o notei e senti saudade da época em que éramos inseparáveis, insubstituíveis e mais do que tudo amigos."
[Mariana Vasconi]
Eu achava que a história estava terminada, que ele havia entendido, entretanto não foi como eu esperava. Ele estava realmente apaixonado por mim e por isso começou a se afastar - e eu que sou uma pessoa complicadíssima, cheia de crises já não tinha mais com quem desabafar - e foi se afastando cada vez mais. Hoje eu não mais sei o que se passa com ele, somos praticamente desconhecidos. Outro dia passei por ele na rua, sério passei por ele na rua, e só, nem na minha cara ele olhou, quem via pensava que eramos duas pessoas quaisquer, que como todos desconhecidos, passam pela mesma rua sem se notar. O problema é que eu o notei e senti saudade da época em que éramos inseparáveis, insubstituíveis e mais do que tudo amigos."
[Mariana Vasconi]
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
medo de escuro.
sabe quando você é criança e precisa de alguém pra te salvar dos monstros que vivem no escuro?Pois é, depois que você cresce começa a ter monstros morando em sua cabeça, e atormentando seu coração, e ai você precisa de alguém pra te abraçar e te proteger dessas aberrações que teimam em te amedrontar, e então surge alguém que te salva e te protege, e você nunca mais vai querer esses monstros que criou, e vai expulsá-los para sempre.
[Mariana Vasconi]
[Mariana Vasconi]
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