domingo, 3 de outubro de 2010

Para variar estou sozinha outra vez,
sem a esperança de ter alguém.

"Memoria"

Se tudo o que penso fosse passado para o papel, haveria pilhas e pilhas de livros, histórias reais e inventadas, finais alegres, finais dramáticos, com grandes perguntas e talvez, só talvez, maiores respostas.
Eu esqueço o que penso, por isso tenho a necessidade de escrever pensamentos atrapalhados, conturbadamente verdadeiros, pois sinceros são-afinal serei sincera-acabei de lembrar, que esqueci o "porque" de ter escrito isso!
(Mariana Vasconi)

Anjo;

Sou o que você vê, mas não entende.
Sou o que quer, mas não alcança.
Pura e simples, complicada e vulgar, apenas o eu que o lírico não compreende.
Sou o que nunca se aprende, que se vê não enxergando que há algo além do silêncio noturno que cega a alma.
Sem pressa nem calma, nem tesão e ilusão, sou o que se diz incapaz de amar.
Sinto-me incompreensível mergulhada na luz escura do silêncio, na respiração ofegante da angústia, à espera  da ternura que nunca recebi, na vingança que planejei e seu olhar desarmou!
Vem anjo de olhos translúcidos me ensinar.
(Mariana Vasconi)